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Margarete Modas
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Limite com 2 países, Assis Brasil completa 45 anos nesta sexta-feira

Última sentinela do Brasil na fronteira com a Bolívia e o Peru, no chamado Alto Acre, o município de Assis Brasil completa, nesta sexta-feira (14), 45 anos de emancipação política e administrativa. Foi no governo de Geraldo Mesquita, que a acanhada vila sede do Seringal Paraguassu foi desmembrada do município de Brasileia para se tornar, na época, um dos 12 municípios acreanos.

Além de Assis Brasil, pelos decretos seguintes, foram emancipada as vilas de Quinari, que passou a ser Senador Guiomard, a de Plácido de Castro, que manteve o mesmo nome no novo município, a de Bujari, que assim também permaneceu, e de Japinin, no Alto Juruá, que se tornou o município de Mâncio Lima.

O nome do município é uma homenagem ao diplomata Joaquim Francisco de Assis Brasil, 1938, no Rio Grande do Sul. Foi um advogado, político, orador, escritor, poeta, prosador, diplomata e estadista brasileiro, fundador do Partido Libertador, deputado e membro da junta governativa gaúcha de 1891. É apontado também como como o pecuarista que introduziu no Brasil o gado Jersey, o gado Devon e a ovelha Karakul, tendo participação importante na introdução do cavalo árabe e no melhoramento do Thoroughbred, o puro sangue inglês, no país.

Mas, o grande feito que o fez merecer a homenagem no Acre foi, justificou o governo na época do batismo do município, sua participação, ao lado do Barão do Rio Branco, título do diplomata José Maria Paranhos Júnior, na assinatura do Tratado de Petrópolis, no Rio de Janeiro. O tratado pôs fim ao conflito armado entre bolivianos e brasileiros do Acre pela pose do território.

Assis Brasil tem hoje uma população estimada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 7 534 habitantes numa área é de 4.974,175 km², na tríplice fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia, formando um núcleo de populações vizinhas, com a cidade peruana de Iñapari, e com a cidade boliviana de Bolpebra. O município é servido pela rodovia BR-317, que é a única rodovia que liga o Brasil ao Peru.

Município faz fronteira com a Bolívia e com o Peru/Foto: reprodução

Os primeiros habitantes do que um dia se tornaria o município de Assis Brasil foram os Machineris, um povo indígena do grupo etnográficoo Aruaque, que atualmente habita a Área Indígena Mamoadate, com uma parte localizada dentro dos limites do município e a outra localizada no município vizinho de Sena Madureira. Os primeiros moradores não-índigenas do município foram os três irmãos Freire, que vieram do Estado do Maranhão em 1908: Belarmino Freire, Policarpo Freire e Durval Freire se estabeleceram às margens do rio Acre, próximo ao Marco Rondon.

Aliás, o município um dia ficara famoso por ter sido rota de passagem do lendário marechal Cândido Rondon no início do século passado, na definição dos limites do Brasil com os países vizinhos. O marco que leva o nome do marechal, no centro de Assis Brasil, teria sido fincado no local com o homenageado fazendo parte do grupo de operários que atuavam nas obras.

Assis Brasil, no entanto, ficou famosa, até internacionalmente, no início deste ano, por ter servido como abrigo de imigrantes, a maioria haitianos, na diáspora do Brasil rumo ao Peru e de lá em busco de retorno ao país devastado em 2010 por um grande terremoto que atingiu toda a região do Caribe.

O pioneiro Vicente Bessa foi o primeiro prefeito nomeado da Vila Assis Brasil, porque no Acre, na época, um território federal, a população tinha direito de eleger pelo voto direto somente os cargos do legislativo. Os cargos executivos (prefeitos e governador) eram nomeados pelo Presidente da República. Sua primeira eleição para prefeito deu-se em 1985, na condição de o menor colégio eleitoral do país na época, quando o então prefeito, Antônio Monteiro, do PDS, ganhou a eleição de Vicente Bessa, por exatos dez votos de diferença num colégio eleitoral de pouco mais de 200 eleitores.

O município atualmente é administrado pelo prefeito Jerri Correia, eleito pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Mesmo que seu partido seja visceral adversário do governador, Jerri Correia tem mantido boas relações com o Palácio Rio Branco, ocupado pelo governador Gladson Cameli (PP). Não por acaso o governador participará, na tarde de hoje, das comemorações alusivas aos 45 anos do município.

Durante as comemorações, o governador vai assinar ordem de serviço para de manutenção preventiva e corretiva na “Escola Edilsa Maria Batista” e entregas de equipamentos agrícolas adquiridos com emenda do deputado federal Alan Rick (DEM-AC). O prefeito Jerri Correia tem feitos elogios à postura de Gladson Cameli ao declarar que o governador distribui recursos sem olhar o partido do prefeito, se aliado ou adversário. “È um democrata”, elogia Correia, ao se referir ao governador de um partido adversário.

Fonte: ContilNet

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