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Margarete Modas
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Em Rio Branco, ato ’13 de maio de Lutas’ pede o fim do racismo

O Acre participa, nesta quinta-feira (13), do ato nacional “13 de maio de Lutas”, que ocorre em vários estados do Brasil. A mobilização ocorre na capital acreana, Rio Branco, e a concentração está na Esquina da Alegria, no Centro da cidade.

Com cartazes e faixas, o grupo denuncia a violência contra a população negra e alerta sobre a data.

Para evitar aglomeração, a organização do evento explicou que fez um pequeno chamamento e estão sendo esperadas apenas lideranças. O evento é organizado pela Coalizão Negra por Direitos que convidou todos os setores da sociedade para se juntarem ao movimento, que tem como foco o fim do racismo, genocídio negro, das chacinas e pela construção de mecanismos de controle social da atividade policial.

A socióloga Maria Santiago de Lima, que é uma das organizadoras do ato no Acre e diretora de formação do Movimento Negro Unificado (MNU-AC), explicou que a data 13 de maio não é considerada comemorativa, pois é um dia de luta contra o racismo.

“O 13 de maio ele não é para a gente do movimento negro uma data comemorativa, nunca foi, o 13 de maio é um dia de luta, de combate ao racismo, de fazer a discussão, e a gente precisa combater o racismo, aí a gente aprofunda esse tema com a sociedade. Fazer do 13 de maio um dia de festa isso para a gente não interessa”, frisou.

Sobre a mobilização, Maria disse que como o país passa por um momento difícil por causa da pandemia, a população em geral não foi convocada em massa.

“Estamos em um período muito difícil que é esse período de pandemia, não podemos aglomerar, as pessoas todas não estão vacinadas, então, a gente está com muito cuidado para tomar as medidas de segurança, estamos trabalhando com um ato simbólico só com lideranças que vão participar, não é um ato de massa com uma grande número de pessoas”, reforçou.

Genocídio da população negra

A socióloga falou ainda que a pauta do ato foi construída coletivamente e que eles querem mobilizar os governantes e a sociedade em relação à violência que está sendo feita na população negra do país.

“Nós trabalhamos que o 13 de maio a gente tem que levar para a rua a luta pelo fim do racismo, o fim do genocídio da população negra, que aí vem sendo até de forma corriqueira feitas até chacinas, sem falar na matança que acontece nas periferias de todas as cidades desse Brasil”, acrescentou.

Sobre o tema “Nem Bala, nem fome, nem Covid”, ela fala que foi escolhido para divulgar para a sociedade que hoje a população negra vive uma situação de muita dificuldade em relação à crise econômica e o desemprego e que esse peso recai principalmente na população negra. Outro ponto que a ativista fala é em relação à droga que precisa ser discutida na raiz.

“Tem muito essa questão da droga que não se discute na raiz e quem morre na maioria absoluta é a população negra, por isso, a gente considera um genocídio, sobretudo, em relação à população jovem negra. A gente trabalha também a questão de propostas, nos reivindicamos uma construção de mecanismo de controle social, de uma atividade social para que a polícia passe a ter um conceito de uma polícia parceira e que não seja da forma que foi a chacina de Jacarezinho essa e mais uma que vai ficar na história do povo negro.”

Atos alertam que a data deve ser luta contra o racismo  — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Atos alertam que a data deve ser luta contra o racismo — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Atos pelo Brasil

Segundo a organização nacional, pelo menos 28 atos foram confirmados em todas as regiões do Brasil. Além do Acre, os estados Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santos, Goiás entre outros, participam das mobilizações. Os são realizados por organizações que compõem a Coalizão Negra por Direitos e entidades parceiras.

Dentre as reivindicações, o ato pede justiça às vítimas do massacre na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e de todas as operações policiais que resultaram em mortes nas favelas e comunidades do Brasil.

Além disso, a mobilização cobra respostas às autoridades e pede auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus pelo SUS e o fim do governo Bolsonaro.

Os atos tem como lema, “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”. A data de 13 de maio foi escolhida em alusão ao marco do fim da escravidão no Brasil e a necessidade de debater o assunto em relação à população negra.

Proteção

Em relação aos cuidados relacionados à Covid-19, as organizações orientam que os participantes que forem comparecer utilizem máscaras de proteção, higienizem as mãos com álcool em gel constantemente e procurem se manter em local ventilado e com um devido distanciamento dos demais participantes.

Mesmo com a pandemia, a organização explica que a importância dessa mobilização se faz necessários decido o país estar passando por uma das maiores crises humanitárias da história, com o aumento do desemprego, miséria e fome.

Ainda de acordo com a organização nacional, o movimento negro resolveu convocar todos os setores da sociedade que não aceitam a barbárie que o país vive com a violação de direitos humanos.

Fonte: G1

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