Sábado, 20 de fevereiro de 2021. O Acre, que viu o céu azul se tornar cinza com os quase 100 milímetros de chuva diárias, vivia uma das épocas mais sombrias de toda a história. Mais de 120 mil famílias de 10 municípios acreanos que foram atingidos de alguma forma pela cheia histórica dos rios que cortam o estado, tiveram de sair de suas casas em busca de refúgio e segurança nas residências de familiares ou em abrigos improvisados em quadras esportivas e escolas.

Em meio ao caos, a situação continuava a piorar: naquele dia, contabilizavam-se 278 pessoas internadas em decorrência das consequências da pandemia de Covid-19. Em termos percentuais, mais de 90% dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estavam ocupados, o que colocaria o Acre no ranking dos estados com os maiores índices de ocupação. Até aquele momento, 957 pessoas já haviam morrido pelo vírus desde o início da pandemia.

Rios no AC transbordam e atingem residências no início de 2021. Foto: Ascom/CBMAC.

Foi neste momento que a dengue, velha conhecida do povo acreano, resolveu aparecer para assomar-se às mazelas já existentes. O sistema de saúde, que estava prestes a entrar em colapso com os altos índices de contaminação pela Covid-19, viu 80% das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ficarem congestionadas por pacientes que estavam com suspeita de dengue. Naquela época, já haviam mais de 8 mil casos suspeitos e cerca de 1,5 mil confirmados. Rio Branco e Tarauacá, dois dos municípios atingidos por cheias históricas dos rios Acre e Tarauacá, respectivamente, apareceram como os municípios com os mais altos índices de manifestação pela doença.

Além disto, uma crise migratória na fronteira com o Peru intensificou ainda mais a necessidade de o país olhar para o Acre de uma forma especial. Mais de 400 imigrantes, dentre estes venezuelanos e haitianos, tentavam fazer a rota inversa. Como o estado está em uma posição geográfica estratégica, a intenção deles era de atravessar a Ponte da Amizade, em Assis Brasil, que liga o estado ao Peru, e retornar aos países de origem, ou até mesmo de seguir caminho rumo a outros destinos na América do Sul. O resultado desta investida? A ponte virou um campo de refugiados, tendo em vista que em decorrência da pandemia, o acesso ao país vizinho por terra estava fechado desde março de 2020.

Assis Brasil, no Acre, decreta calamidade após conflito com imigrantes | Agência Brasil
Em Assis Brasil, haitianos e venezuelanos tentam cruzar a Ponte da Amizade, que interliga Brasil e Peru. Foto: Samuel Bryan/Agência de Notícias do Acre.

CALAMIDADE PÚBLICA

Diante deste cenário caótico e problemático, o Governo Federal resolveu decretar situação de emergência por 90 dias em 10 municípios do Acre no dia 22 de fevereiro, através de uma publicação no Diário Oficial da União (DOU), sendo estes Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Em quatro destes (Tarauacá, Rio Branco, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul), também houve suspensão de energia elétrica, tendo em vista a necessidade de se garantir o mínimo de segurança às residências que foram invadidas pelas águas.

No mesmo dia, o governador Gladson Cameli também decretaria situação de calamidade pública em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE). A situação era preocupante. O Acre não tinha para onde escapar, a não ser gritar por ajuda. Na época, inclusive, o chefe do Executivo chegou a declarar que o estado vivia em situação de guerra.

“O estado é pequeno, pobre e precisa-se do apoio das pessoas, principalmente do governo federal e unificar as instituições para que a gente chegue com atendimento imediato à população […] Estamos vivenciando uma situação como se fosse uma guerra”, disse.

Governo Federal reconhece estado de calamidade publica no Acre em decorrência da enchente, crise migratória, surto de dengue e aumento de casos de Covid-19. Foto: Reprodução/DOU
Fonte: Contilnet
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Torna público que requereu ao Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, a Licença de Operação para atividade de Suinocultura – Terminação capacidade para 4.000 (quatro mil) animais, localizada no ramal da Estrada Velha, km 33, Zona Rural no município de Epitaciolândia – Acre

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