POR NANY DAMASCENO
Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a médica Fabíola Helena representou os profissionais de saúde do estado que foram os homenageados desta quarta-feira (27) em sessão proposta pelo deputado estadual José Bestene (Progressistas).
Em um discurso emocionante, a médica disse estar honrada em representar os colegas e por poder contar uma história de luta: Fabíola teve Covid-19 por 11 vezes. “Eu saía para trabalhar como se fosse a última vez que eu ia ver minhas duas filhas e minha família”, disse.
Atuando no Pronto Socorro de Rio Branco, a profissional diz que não demorou muito desde o início da pandemia para que os colegas de linha de frente começassem a ser contaminados.
“Todos os dias saíamos para trabalhar e podíamos não voltar e até que começou a contaminar um de nós e eu peço perdão aos que se foram”, diz afirmando que teve que se despedir de muitos colegas. “O profissional de saúde é um ser humano, com familiares, mas que atuaram exaustivamente”, reconheceu.
Ela falou ainda dos momentos de pico onde as mortes cresciam, ela decidiu que mudaria o atendimento que até então não permitia acompanhantes aos pacientes com Covid-19 e passou a permitir que familiares ou amigos pudessem acompanhar “o amor de sua vida”. Isso mudou o cenário.
“A cada três horas morria cerca de sete pessoas, e na contra mão o PS pede que o acompanhante fique, e não houve histórico de nenhum familiar por acompanhar paciente com Covid-19 e aumentamos as altas, passou a haver mais alta do que morte quando os pacientes puderam estar perto da sua família. A gente precisava que uma última conversa acontecesse entre o paciente familiares e não com a médica, antes de ser entubado”, destacou.
Fonte: Contilnet