O processo de demolição do reservatório de água do Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa) que ameaça cair sobre a Escola Municipal Padre Peregrino Carneiro de Lima, no Conjunto Tucumã I, em Rio Branco, deve ser concluído em 60 dias e custará mais de R$ 330 mil.
A ordem de serviço foi assinada no último dia 21 e a obra iniciará nesta terça-feira (27). Depois de um longo processo, os preparativos para demolição tiveram início na quinta (22), quando a a Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb) – contratada para fazer o serviço – iniciou o serviço de execução, com limpeza e isolamento da área para a demolição.
“O reservatório será demolido com martelete pneumático de cima para baixo, tendo que ser executada uma estrutura de madeira que vai proteger a parte de baixo onde tem conjunto de motobomba, acionadores de motores que estarão funcionando durante todo demolição. Vai ser executado um andaime fachadeiro para ter acesso à parte superior do reservatório. É um trabalho manual, vai ser bem devagar o serviço e está previsto demorar uns 60 dias”, explicou o diretor de Operações do Depasa, Alan Ferraz.
A estrutura ameaça cair em cima da Escola Municipal Padre Peregrino Carneiro de Lima e de algumas casas da localidades. A luta pela demolição do reservatório começou ainda em dezembro do ano passado e, desde então, foram feitas denúncias por parte da direção.
A principal preocupação da comunidade escolar era que o reservatório desabasse em cima do colégio e até mesmo de casas do conjunto.
O reservatório, que fazia parte do sistema de abastecimento de água da capital, foi desativado quando foram identificados problemas na estrutura.
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Emurb inicia trabalhos para demolir reservatório de água que ameaça cair sobre escola no AC — Foto: Asscom/Depasa
Determinação
Em fevereiro, o Ministério Público do Acre (MP-AC) emitiu uma recomendação ao Depasa para iniciar a demolição do reservatório. Um laudo elaborado pelo órgão mostrou os graves problemas identificados na estrutura da construção.
Entre os problemas, o perito apontou que a caixa d’água tem uma inclinação de 12,5 centímetros do topo em relação à base em direção à escola. O prazo para conclusão da demolição acabou em abril.
Ainda segundo a reclamação dos servidores, a escola precisa de reparos na estrutura, mas está impedida de iniciar qualquer obra de reparo sem que o problema com o reservatório seja resolvido.
Segundo o relatório do MP-AC, os defeitos encontrados no reservatório causaram ‘fissuras, infiltrações e carbonatação com consequentes efeitos de corrosão na armadura, desagregação do concreto e perda da capacidade de resistência’.
Além disso, três dos quatro pilares do reservatório, a laje e a fixação de braçadeira de aço já estão comprometidos por causa da corrosão. Há também problemas na instalação da rede elétrica e na escada de acesso de segurança.
Preocupação
Em junho, os servidores da escola divulgaram uma carta para denunciar que o reservatório de água desativado da localidade ainda não tinha sido demolido. A diretora da escola, disse que, além da preocupação com o possível desabamento do reservatório, que pode vitimar pessoas, outra preocupação é com o retorno das aulas presenciais.
“Estou ocupando a escola Maria Olívia, se eu desocupar essa sala para onde vou para as crianças estudarem? É um problema que está causando várias preocupações, a escola está se deteriorando por estar fechado, exposta ao vandalismo. Essa falta de cuidado e resposta está gerando essa movimentação”, afirmou.
Fonte: G1
Por Aline Nascimento