Após realizar 18 procedimentos em 2023, o Acre teve a habilitação para transplante de fígado renovada pelo Ministério da Saúde, através de uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira. Com a renovação, a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) vai poder continuar oferecendo o serviço, que já soma 80 transplantes desde o início do programa em 2014, de acordo com o governo.
O estado é o único da região Norte que conta com este tipo de operação. Conforme dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde, mais de 41,5 mil pessoas estão na fila de espera de transplantes, sendo mais de 2,2 mil para fígado. No Acre, até setembro do ano passado, a fila de espera tinha 16 pessoas.
“Essa portaria é um reconhecimento do Ministério da Saúde, atestando que o hospital está habilitado e tem todas as condições necessárias para continuar realizando o transplante”, disse a coordenadora de Transplantes Valéria Monteiro ao portal do governo.
Ainda de acordo com o governo, o setor responsável pelas operações conta com equipe multidisciplinar especializada em atendimento de enfermagem, psicologia e apoio administrativo, para agendamento de exames de pacientes em pré e pós-transplante.
‘Surpresa boa’
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/z/Z/fAYp7KQdiqsXDuxYortA/whatsapp-image-2023-09-26-at-18.57.55.jpeg)
Foto: Arquivo pessoal
“Foi uma surpresa muito boa, ficamos surpresos quando o telefone tocou com a notícia. Foi um milagre porque tem gente que fica anos esperando”. O relato é de Rosilene Pereira de Souza, de 40 anos, esposa do taxista Laude Ferreira Do Nascimento, de 41, submetido a um transplante de fígado em 2023 na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), em Rio Branco.
O órgão veio de longe, da cidade de Palmas, no Tocantins, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e chegou à capital acreana, onde o taxista já estava na sala de cirurgia esperando para começar uma nova vida.
Naquele final de semana, as equipes da Fundhacre realizaram dois transplantes de fígado. O primeiro foi em Laude e o segundo em Josuel Cruz da Silva, de 35 anos. Os dois pacientes sofriam de cirrose hepática por vírus da hepatite B e Delta (CH VHB) e entraram na fila de espera.