Um aposentado de Rio Branco ganhou na Justiça o direito de ser indenizado após ter o dinheiro da aposentadoria furtado dentro da agência do Bradesco em 2019. O dinheiro sumiu da conta da vítima após uma pessoa se aproximar e oferecer ajuda.
A 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais determinou que a agência pague R$ 1 mil para o aposentado. O valor da ação foi reduzido após a instituição financeira entrar com recurso contra a sentença de primeira instância, que tinha determinado o pagamento de R$ 900 da aposentadoria mais indenização de R$ 2 mil.
A decisão não cabe mais recurso. O G1 entrou em contato com o banco, que informou que não vai comentar o assunto.
Golpe
A advogado do aposentado, Anna Iza Moreira, explicou que o cliente estava com dificuldades para sacar o dinheiro da aposentadoria e uma pessoa se aproximou oferecendo ajuda.
“Foi ao banco sacar a aposentadoria, a agência lotada, e uma pessoa chegou nele, que estava com dificuldades, e se ofereceu para ajudar. Já existe legislação, entendimento pacificado, de que, durante o expediente, a segurança dentro das agências é de competência do banco”, recordou.
Ainda segundo a advogada, o cliente é muito humilde e não sabia identificar se a pessoa trabalhava ou não na agência bancária. Ele e o suspeito foram até o caixa eletrônico tentar resolver o problema, mas ao final disse que não sabia que problema tinha acontecido.
“Pedia a ele para se dirigir até o atendimento dentro. Pegou a senha e entrou, o funcionário do banco falou que não havia nenhum valor na conta dele. Disse que não tinha como porque o benefício tinha saído, que estava com dificuldades e uma pessoa foi ajudar”, confirmou.
Sem assistência
Anna Iza afirmou que o cliente não revelou a senha para o suspeito. Mesmo assim, o funcionário da instituição não teria dado assistência ao aposentado.
“Não quiseram olhar as imagens de segurança, quem havia aplicado esse golpe. Ele se dirigiu, imediatamente, a uma delegacia, fez o boletim de ocorrência de que não recebeu auxílio nenhum do banco. O delegado abriu o inquérito e pediu ao banco que fornecesse as imagens, mas não responderam. Delegado reiterou o pedido, mas não responderam”, pontuou.
A advogada contou que a polícia só teve resposta da agência bancária cerca de três meses após o golpe. Na justificativa, os representantes da instituição alegaram que não tinham as imagens.
“Esperaram expirar o tempo de armazenamento das imagens para responderem. Por isso a Justiça determinou que deveria ser indenizado. O juiz entendeu que era mais uma medida educativa para o banco cooperar quando a polícia solicita, que era o único que poderia ajudar”, lamentou.
