Um turista de 27 anos foi internado e passou por cirurgia após ter o tornozelo cortado por uma linha com cerol, enquanto caminhava pela praia de Praia Grande, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira (29). A vítima havia acabado de chegar à cidade para passar o Ano Novo com a família e a namorada.
Em entrevista ao g1 nesta quinta-feira (30), a irmã de Raphael Macedo Almirante relatou que o acidente ocorreu por volta das 15h30 de quarta. De acordo com a técnica em recursos humanos Luana Macedo, de 37 anos, o irmão foi à cidade, junto com a namorada e a família, para o período de fim de ano.
“Ele chegou às 13h desta quarta na cidade, almoçou e desceu para dar uma volta. Ele estava passeando, andando na areia junto com a namorada dele, quando sentiu a linha passando na perna dele, e já caiu em seguida, e não conseguia andar mais. Ele contou que sangrou bastante, e que tinha uns meninos que estavam empinando pipa que saíram correndo do local”, relata a irmã.
O turista foi socorrido pela família ao Hospital Irmã Dulce, onde Luana relata que ele foi rapidamente atendido e recebeu todo o suporte necessário.
“No hospital, os médicos disseram que ele rompeu os tendões do tornozelo esquerdo, e foi preciso fazer a cirurgia para religar. Agora, ele segue internado, em observação. Isso acabou com o nosso Ano Novo, porque, além do susto, a gente tem criança pequena, e pensa o que poderia ter acontecido ali com elas, caso estivessem também. E ele [irmão] poderia ter morrido, ter perdido o pé, por irresponsabilidade dos outros”, lamenta.
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Turista estava passeando com a namorada em Praia Grande, SP, quando ocorreu acidente — Foto: Arquivo Pessoal
Luana afirma que Raphael está consciente, apesar do susto, e recebeu medicação para a dor. O uso de cerol em linhas de pipa, a conhecida mistura entre cola e vidro, passou a ser proibida no estado com o Projeto de Lei 765/2016, aprovado pelos deputados da Alesp e sancionado pelo governador.
De autoria do deputado Coronel Telhada (PP), a proposta proíbe o cerol, assim como qualquer outro material cortante que possa ser aplicado nas linhas. A proibição abrange o uso, a posse, a fabricação e a comercialização da mistura cortante, também conhecido como ‘linha chilena’.
Caso a lei seja descumprida, a pessoa responsabilizada deverá pagar uma multa equivalente a 50 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps), que equivalem a cerca de R$ 1.400 atualmente. No caso em que um estabelecimento descumpra a lei, a multa pode chegar a R$ 132 mil.
Fonte: G1