O Ministério Público Federal (MPF-AC) instaurou um inquérito civil para investigar supostas irregularidades na seleção de projetos na Lei Aldir Blanc. A investigação iniciou após a Associação Manchinery de Grandes Aldeias (Matpha) denunciar o que considera erros na escolha de beneficiados pela lei que destina verba para o setor cultural no Acre.

Além das supostas irregularidades, a associação alega prática de racismo na escolha de alguns projetos do edital.

O estado acreano recebeu R$ 16 milhões em auxílios. A verba é gerida pela Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour (FEM) que faz o pagamento em três parcelas de R$ 600 aos fazedores de cultura.

A verba foi liberada a partir de setembro e foram lançados editais para que os profissionais da área tivessem acesso ao benefício. Pelo menos 642 projetos foram selecionados pela FEM para passar por avalição da comissão para receber o recurso destinado ao estado por meio de Lei Audir Blanc.

A Lei Aldir Blanc garante uma remuneração aos trabalhadores da cultura e espaços culturais que sofreram os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A lei propõe o pagamento de uma renda emergencial aos trabalhadores da cultura, subsídio mensal para micro e pequenas empresas e organizações culturais, e a realização de ações de incentivo à produção cultural.

Supostas irregularidades

Segundo o MPF-AC, a Associação Matpha apontou uma séria de irregularidades e pediu explicações à FEM sobre as condução das escolhas dos beneficiados. A associação questiona os seguintes pontos:

  • Os indígenas não foram ouvidos na elaboração do edital;
  • Os prazos oferecidos são curtos;
  • Falta de transparência e critérios questionáveis na analise das propostas.

Ainda conforme a associação, os indígenas candidatos se sentiram prejudicados com as dificuldades impostas, o que levaria a desclassificação do grupo. Com isso, segundo a denúncia, os recursos poderiam ser destinados a outros grupos candidatos.

O G1 não conseguiu contato com representantes da Associação Matpha até a última atualização desta matéria.

O Ministério Público Federal pediu que a Fundação Elias Mansour (FEM) encaminhe, no prazo de dez dias, um ofício com os nomes dos servidores da comissão responsável por elaborar o edital e também preste explicações sobre a denúncia apresentada.

Além disso, a fundação precisa encaminhar também a ata das reuniões realizadas com os indígenas ou o material gravado, em caso de reuniões pela internet. A FEM deve incluir nesse material ainda a comunicação formal que fez aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Alto Rio Juruá e Purus (Dsei) sobre o recolhimento dos documentos relacionados no edital.

A reportagem tentou contato com a direção da FEM, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Notificações

O MPF-AC encaminhou também ofícios para que os distritos indígenas prestarem esclarecimentos sobre a situação. Assim, as coordenações dos polos devem enviar cópias dessa comunicação oficial da FEM sobre os documentos relacionados no edital, destacando os horários que aconteceram as tratativas e quando os agentes de saúde receberam os formulários de inscrição e documentação.

Ao G1, a coordenação do Dsei Alto Rio Purus informou que presta todos os esclarecimentos ao MPF-AC. A reportagem não conseguiu contato com a coordenação do Dsei Alto Rio Juruá.

Lei Aldir Blanc

O objetivo da verba é ajudar profissionais da área e os espaços que organizam manifestações artísticas que, durante o período de pandemia do novo coronavírus, estão com as atividades paradas no estado.

Os espaços artísticos vão receber subsídios mensais que variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Trabalhadores terão direito a três parcelas de R$ 600.

A forma de distribuição dos recursos aos artistas e espaços culturais fica a cargo dos estados, municípios e do Distrito Federal, que têm prazo de até 120 dias para repassar toda a verba para o setor cultural.

A legislação ficou conhecida como Lei Aldir Blanc, em homenagem ao compositor e escritor que morreu em maio, vítima do coronavírus.

Destinação da verba

  • Pagamento de uma renda emergencial aos trabalhadores da cultura em três parcelas de R$ 600, retroativa a 1º de junho;
  • Subsídio mensal de R$ 3 mil a R$ 10 mil para manutenção de micro e pequenas empresas e demais organizações comunitárias culturais e também de espaços artísticos que tiveram que paralisar as atividades por causa da pandemia;
  • Realização de ações de incentivo à produção cultural, como a realização de cursos, editais, prêmios.

Quem pode solicitar a ajuda?

Artistas, produtores e técnicos com atividades interrompidas e que comprovem atuação no segmento nos 24 meses anteriores à publicação da lei por meio de documentos ou autodeclaração.

Os beneficiários têm de ser residentes e domiciliados em território nacional e não podem ter acumulado rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

As regras exigem ainda que o trabalhador precisa ter ter renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos – a que for maior.

O pagamento será limitado a dois membros da mesma família, sendo que a mulher chefe de família monoparental receberá duas cotas.

Fonte: G1

Utilidade pública

MAFFI & MAFFI IND. COM & IMP E EXP LTDACNPJ: 04.617.052/0001-62

Torna público que requereu ao Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, a Licença de Operação para atividade de Suinocultura – Terminação capacidade para 4.000 (quatro mil) animais, localizada no ramal da Estrada Velha, km 33, Zona Rural no município de Epitaciolândia – Acre

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